domingo, 13 de novembro de 2011

O preto imita o branco, o branco imita o preto – impressões sobre a PARIS PHOTO





Acabo de chegar da PARIS PHOTO: http://www.parisphoto.fr
Não tenho a pretensão de fazer um texto jornalístico, muito menos uma crítica de arte.

Sou apaixonado por fotografia e quero falar da minha paixão. Adoro fotografar. Adoro eternizar momentos. Adoro brincar com as imagens... desfocá-las... esticá-las... distorcê-las.
Nesse fim de semana, no Grand Palais, o público pôde assistir a um exercício do belo. Ao mesmo tempo, espaço para novas angulações críticas sobre a política, o social, a mídia e a internet, o brincar sem limites com o corpo  - experiências que a fotogria permite.













Fotografia é política, é crítica social, é “amplificar” situações e momentos únicos através da lente da câmera.
A Natureza continua sendo a maior fonte de inspiração para os fotográfos. Natureza linda, exuberante, pujante... ampliada nos seus mínimos detalhes. A mesma natureza que sofre, chora e se contorce sob os efeitos da ação do homem.

















O corpo também exerce lugar de destaque. Rostos africanos, corpos nus pelas ruas da Costa do Marfim... corpos tatuados... levados ao século XVII... mirados para o futuro. Nudez caótica de Giselle Bundchen. Portfolio inusitado de Kate Moss (eu amo Kate Moss!). Corpos soltos, corpos que voam, mergulham, se despem e se desnudam. 





Rostos tristes, olhares perdidos, medo no olhar... festas... celabrações... a dor estampada na cara. 
Fotos raríssimas de Andy Warhol – ele como fotógrafo e ele sendo fotogrado. O olhar lindo de Jim Morrison (eu amo Jim Morrison – The Doors) representado por Linda McCartney.
















 






Cores que saltam.
A força do trabalho de Sebastião Salgado.
Figuras geométricas.
Corpos disformes.
Tinta em cima do papel fotográfico.
Experiências humanas a partir da fotografia.
No século XXI a fotografia também passa a ser uma experiência sensorial, uma vez que ela salta do papel e nos leva para lugares e experiências para os quais nunca haviámos sido levados.
A fotografia transporta a gente.
Hoje dei uma uma volta ao mundo!
Grande mandala da fotografia atual!
Enorme espectro do mundo – de outrora, atual e futuro: da pobreza e exotismo africano, às fotos raramente apresentadas pela NASA, ao arquivo pessoal de Andy Warhol.
E como estou numa fase pop art... amei.
Ah... e tem os preços. Havia fotos de 35 mil euros. A foto da Gisele é 2.700 euros. O portfolio da Kate Moss sai pela bagatela de 15.000 euros.
E as pessoas compram. Eu vi – ninguém me contou: um casal gastou 6.330 euros em fotografias. Passaram o cartão enquanto eu olhava as fotos do mesmo artista. Enquanto eles passavam o cartão, eu ia ficando passado!
Por último, a excelência do serviço francês. Compra-se o ingresso pela internet. Entra-se no evento em 5 minutos, apesar da enorme fila. O visto de estudante (bem como as carteririnhas) dão acesso à meia-entrada sem nenhuma discussão. Tem mapa da exposição, catálogo, postos de informação, segurança, banheiros limpos, restaurantes, sanduicheira, palestras sobre “fotografia” de hora em hora. Performances artísticas. Tudo funciona! É incrível!

Sim, o preto imita o branco!
Sim, o branco imita o preto!
Mas tem muita cor entre esses dois pontos. Há uma paleta enorme de cores, sentimentos e emoções que povoam os espaços que permanecem entre esses dois extremos.

 


Após um excelente dia, com um “nocaute” de beleza... hora de voltar para casa.
A Champs Elysées transbordava de turistas.
Ah... o turismo na França.
Até aqui o turismo já começa a ser problema.
Mas isso é assunto longo e para outro post.



IMPORTANTE: esse é texto livre. Não há referência aos fotófgrafos, nem preocupação com a foto perfeita. É tudo amador! É tudo diversão!

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