sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Sobre o amor... Felicidade realista

Ao mesmo tempo que pegava o avião, um pedaço de mim ficava no Brasil.
Uma história linda tomava novos rumos... que só o tempo saberá dar resposta.
Pirei com o amor – será que um amor pira a gente?
Enlouqueci com o amor – será que um amor enlouquece a gente?
Desprezei e quis o amor ao mesmo tempo – situações extremas combinam com amor?
Não quero ficar falando sobre amor... amor é prá ser vivido.
Uma pessoa próxima (e eu também) debatemos sobre o amor ou pelo amor nesse momento.
E a experiência de um grande escritor gaúcho, vem e resolve a questão em um único texto.
Texto que esgota o assunto!
Texto que conclui!
Texto que não deixa espaço para mais nenhuma palavra.
Salve Mario Quintana!

FELICIDADE REALISTA
A princípio, bastaria ter saúde,
dinheiro e amor, o que já é um pacote
louvável, mas nossos desejos
são ainda mais complexos.
Não basta que a gente esteja sem febre:
queremos, além de saúde, ser magérrimos,
sarados, irresistíveis. Dinheiro?
Não basta termos para o aluguel,
a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica
e uma temporada num spa cinco estrelas.
E quanto ao amor? Ah, o amor...
não basta termos alguém com quem podemos conversar,
dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando.
Isso é pensar pequeno:
quero AMOR, todinho maiúsculo.
Queremos estar visceralmente apaixonados,
queremos ser surpreendidos por declarações
e presentes inesperados,
queremos jantar à luz de velas
de segunda a domingo,
queremos sexo selvagem e diário,
queremos ser felizes assim e não de outro jeito.
É o que dá ver tanta televisão.
Simplesmente esquecemos de tentar
ser felizes de uma forma mais realista.
Ter um parceiro constante, pode ou não,
ser sinônimo de felicidade.
Você pode ser feliz solteiro,
feliz com uns romances ocasionais,
feliz com um parceiro, feliz sem nenhum.
Não existe amor minúsculo, principalmente
quando se trata de amor-próprio.
Dinheiro é uma benção.
Quem tem, precisa aproveitá-lo,
gastá-lo, usufruí-lo.
Não perder tempo juntando,
juntando, juntando.
Apenas o suficiente para se sentir seguro,
mas não aprisionado.
E se a gente tem pouco, é com este pouco
que vai tentar segurar a onda,
buscando coisas que saiam de graça,
como um pouco de humor, um pouco de fé
e um pouco de criatividade.
Ser feliz de uma forma realista
é fazer o possível e aceitar o improvável.
Fazer exercícios sem almejar passarelas,
trabalhar sem almejar o eterno.
Olhe para o relógio: hora de acordar.
É importante pensar-se ao extremo,
buscar lá dentro o que nos mobiliza,
instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente.
A vida não é um jogo onde só quem testa
seus limites é que leva o prêmio.
Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade.
Se a meta está alta demais, reduza-a.
Se você não está de acordo com as regras, demita-se.
Invente seu próprio jogo.
Faça o que for necessário para ser feliz.
Mas não se esqueça que a felicidade
é um sentimento simples, você pode encontrá-la
e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade.
Ela transmite paz e não sentimentos fortes,
que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração.
Isso pode ser alegria, paixão,
entusiasmo, mas não é felicidade...
"O tempo não pára! Só a saudade
é que faz as coisas pararem no tempo..."
Vamos pelo menos tentar ser feliz da melhor maneira.
Mário Quintana)

2 comentários:

  1. Eu adorei as tuas reflexões e o texto também! mas olha isso, Marcelo:
    http://lampert.com.br/autordesconhecido/?p=22

    parece que não é do Quintana. é Marta Medeiros.

    !!!
    beijones, Dani.

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  2. Definitivamente seu mundo em Paris é um olhar brasileiro em Paris. À dúvida sobre o nome do Blog fez-se presente agora!! Texto Sensacional, Parabéns!!

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